BlackRock intensifica aposta em Bitcoin em meio ao caos nos mercados globais
Por um especialista em economia, finanças e criptoativos
Em uma semana marcada por turbulência intensa nos mercados financeiros globais, um movimento estratégico da maior gestora de ativos do mundo chamou atenção: a BlackRock comprou US$ 66 milhões em Bitcoin no dia 4 de abril de 2025, mesmo enquanto as bolsas dos EUA enfrentavam fortes quedas provocadas por um acirramento nas tensões comerciais entre Washington e Pequim.
Crise nos mercados: tarifas, retaliações e pânico
Tudo começou em 2 de abril, quando o então presidente Donald Trump anunciou tarifas globais abrangentes, em um movimento apelidado de "Dia da Libertação". A resposta da China veio dois dias depois, com tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos norte-americanos.
O impacto foi imediato:
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S&P 500 caiu 4,61%
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Dow Jones caiu quase 4%
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Nasdaq recuou impressionantes 4,8%
Investidores, temendo o desenrolar de uma guerra comercial de grande escala, iniciaram uma liquidação generalizada de ativos de risco.
A BlackRock também foi atingida – mas nadou contra a corrente
Mesmo a poderosa BlackRock (NYSE: BLK) não saiu ilesa. Suas ações caíram 6% no dia 4 de abril, acumulando uma queda de cerca de 13% desde o anúncio das tarifas. No entanto, o que se seguiu foi uma decisão contracíclica surpreendente.
Em meio ao caos, a empresa optou por aumentar sua exposição em Bitcoin, adquirindo US$ 66 milhões da criptomoeda, conforme dados da plataforma de análise on-chain Arkham.
Bitcoin como porto seguro? Um novo lastro para tempos incertos
Desde janeiro de 2024, a BlackRock oferece um ETF de Bitcoin à vista nos EUA, permitindo que investidores institucionais tenham exposição ao ativo digital sem a necessidade de custódia direta.
O momento dessa nova alocação não parece acidental. Ao comprar Bitcoin no ápice da volatilidade, a gestora transmite uma mensagem clara: a confiança institucional no Bitcoin está se solidificando, especialmente como ativo alternativo durante crises.
US$ 47 bilhões em ativos sob gestão no ETF de Bitcoin da BlackRock
Outro dado impressionante: em 3 de abril de 2025, o ETF de Bitcoin da BlackRock superou US$ 47 bilhões em ativos líquidos, segundo a SoSoValue. Um dia antes, executivos da gestora se reuniram com a força-tarefa de criptoativos da SEC, discutindo possíveis novos produtos regulados no setor.
Ou seja, enquanto o investidor tradicional foge para o dólar ou para títulos do Tesouro, a maior gestora do mundo escolhe o Bitcoin como refúgio financeiro. É uma mudança de paradigma que merece atenção.
Resumo e principais destaques:
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A BlackRock comprou US$ 66 milhões em Bitcoin em 4 de abril de 2025, mesmo com os mercados acionários em forte queda.
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O ETF de Bitcoin da empresa acumula mais de US$ 47 bilhões em ativos, consolidando-se como um dos maiores instrumentos de exposição cripto do mundo.
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A compra ocorreu durante uma liquidação generalizada dos mercados provocada por uma guerra tarifária entre EUA e China.
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S&P 500, Dow e Nasdaq registraram quedas superiores a 4% no mesmo dia.
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As ações da própria BlackRock caíram 6%, mas a gestora redobrou sua aposta no criptoativo.
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O movimento reforça o papel do Bitcoin como um possível ativo de reserva institucional em tempos de incerteza geopolítica e econômica.
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A BlackRock continua em diálogo com a SEC sobre a expansão de produtos cripto regulados, sinalizando que o setor continua em franco amadurecimento.