A Maldição dos Ciclos do Bitcoin: Entenda o Padrão dos 1.064 e 364 Dias
Nos últimos anos, o Bitcoin se tornou não apenas um ativo financeiro, mas também um fenômeno cultural e matemático. Entre traders e analistas técnicos, teorias sobre seus “ciclos” abundam — e uma das mais intrigantes é a chamada “maldição dos ciclos do Bitcoin”, baseada em um padrão quase perfeito de 1.064 dias de alta seguidos por 364 dias de queda.
A Origem do Padrão
Tudo começou em uma postagem anônima feita em dezembro de 2023, em um fórum internacional de criptomoedas. O autor afirmava ter identificado um padrão temporal preciso nos movimentos históricos do Bitcoin, relacionando os principais topos e fundos de cada ciclo desde 2015.
Segundo a análise, os períodos entre fundo e topo (ou seja, a fase de alta) sempre duraram cerca de 1.064 dias — pouco menos de três anos. Já os períodos entre topo e fundo (a fase de correção ou queda) duraram 364 dias — praticamente um ano.
A Sequência Histórica
| Ciclo | Movimento | Duração | Período aproximado |
|---|---|---|---|
| 1 | Fundo de 2015 → Topo de 2017 | 1.064 dias | 14/01/2015 a 18/12/2017 |
| 2 | Topo de 2017 → Fundo de 2018 | 364 dias | 18/12/2017 a 17/12/2018 |
| 3 | Fundo de 2018 → Topo de 2021 | 1.064 dias | 17/12/2018 a 15/12/2021 |
| 4 | Topo de 2021 → Fundo de 2022 | 364 dias | 15/12/2021 a 21/11/2022 |
As Projeções Futuras
Se a teoria continuar se confirmando, os próximos ciclos ficariam assim:
| Etapa | Tipo | Duração | Data estimada | Interpretação |
|---|---|---|---|---|
| 1 | Topo histórico | +1.064 dias | 06/10/2025 | Nova máxima histórica |
| 2 | Fundo | +364 dias | 05/10/2026 | Correção de mercado |
| 3 | Topo histórico | +1.064 dias | 03/09/2029 | Alta após halving de 2028 |
| 4 | Fundo | +364 dias | 02/09/2030 | Queda |
| 5 | Topo histórico | +1.064 dias | 01/08/2033 | Alta pós-halving de 2032 |
| 6 | Fundo | +364 dias | 31/07/2034 | Correção |
| 7 | Topo histórico | +1.064 dias | 30/06/2037 | Nova alta |
| 8 | Fundo | +364 dias | 29/06/2038 | Nova queda |
Essas datas seguem o mesmo ritmo de ascensão e correção visto nos últimos dois grandes ciclos, coincidindo de forma notável com os anos de halving — eventos que reduzem pela metade a emissão de novos bitcoins (previstos para 2024, 2028, 2032 e 2036).
Os halvings costumam desencadear ondas de valorização, já que reduzem a oferta da moeda, o que torna a sobreposição com o padrão temporal ainda mais curiosa.
O Gráfico dos Ciclos
Visualmente, o comportamento é quase rítmico:
-
Verde (Alta): 1.064 dias de crescimento;
-
Vermelho (Queda): 364 dias de retração.
Esse padrão se repete com uma precisão desconcertante desde 2015, levando muitos a enxergar nele uma espécie de “maldição matemática” do Bitcoin — uma regularidade quase mística em um mercado teoricamente caótico.
Coincidência ou Estrutura?
Os críticos da teoria argumentam que se trata apenas de pareidolia estatística — a tendência humana de encontrar padrões onde há apenas ruído. De fato, o Bitcoin é influenciado por inúmeros fatores macroeconômicos, tecnológicos e comportamentais que dificilmente seguiriam um calendário fixo.
Por outro lado, os defensores acreditam que a periodicidade pode ser explicada pela psicologia coletiva do mercado:
-
O entusiasmo e o otimismo crescem por cerca de três anos (fase de alta),
-
Seguidos por um ano de medo e realização de lucros (fase de baixa).
Esse comportamento cíclico, repetido em escala global, acabaria gerando a regularidade temporal observada.
Se o padrão continuar a se repetir, o dia 6 de outubro de 2025 poderá marcar uma nova máxima histórica do Bitcoin — um ponto culminante de quase três anos de recuperação desde o fundo de 2022.
Entretanto, é importante lembrar que correlação não é causalidade. Mesmo que a “maldição dos ciclos” tenha se mostrado precisa até agora, o futuro dos mercados nunca é garantido.
O que é certo é que o Bitcoin continua sendo um fenômeno singular — onde estatística, psicologia, tecnologia e fé se entrelaçam de maneira quase poética, desenhando um ciclo que parece eterno: alta, queda, renascimento.
